terça-feira, 15 de março de 2011

Crianças que apresentam necessidades especiais: é preciso conhecê-las para melhor compreendê-las.



A Educação Infantil é o melhor momento de incluir crianças que apresentam necessidades educacionais especiais, mas para isso, o educador precisa conhecê-las para saber desenvolver com coerência sua prática pedagógica.
Compreender a inclusão escolar desde a Educação Infantil como necessidade para toda a sociedade é fundamental já que esta atingirá todos os segmentos da comunidade e aquilo, que não era tido como “normal”, se torna riqueza para todos que de forma direta ou indiretamente, serão contemplados.
É necessário lembrar que a primeira infância é o melhor momento da vida das crianças que apresentam necessidades educacionais especiais, para aprenderem e ensinarem com as diferenças.
Tendo como base este princípio, a proposta inicial da inclusão destas crianças nas classes regulares de ensino pauta-se numa adaptação da realidade educacional a partir do conhecimento buscado acerca das principais recorrências em salas de aula para desta maneira, identificar melhor suas limitações e habilidades e assim, desenvolvermos nossas práticas pedagógicas.
Importante ressaltar porque o termo deficiência, tão conhecido e utilizado, inclusive pelos documentos oficiais, neste artigo é substituído por necessidades especiais. Não concordando com a idéia de que o deficiente quer dizer aquele que não é eficiente, e sabendo que o mesmo, possui de acordo com suas limitações, capacidades e habilidades, trocam-se os termos para melhor introduzir tal temática.
Sendo assim, a definição básica da criança que apresenta necessidade educacional especial consiste em que esta possui uma necessidade especial na aprendizagem, podendo ser decorrente ou não de causa orgânica, de caráter temporário ou permanente ou ainda resultado de um talento muito superior a média das outras crianças com a mesma faixa etária. Seguem abaixo as definições destas:

• Altas habilidades e superdotação - notável desempenho e elevada potencialidade em qualquer dos seguintes aspectos, isolados ou combinados: capacidade intelectual geral; aptidão acadêmica específica; pensamento criativo ou produtivo; capacidade de liderança; talento especial para artes; capacidade psicomotora.


• Autismo – transtorno de desenvolvimento caracterizado, de maneira geral, por problemas nas áreas de comunicação e interação, bem como por padrões restritos, repetitivos e estereotipados de comportamentos, interesses e atividades.


• Condutas Típicas – manifestações de comportamentos típicas de “portadores” de síndromes (exceto Síndrome de Down) e quadros psicológicos, neurológicos ou psiquiátricos que ocasionam atrasos no desenvolvimento e prejuízos no relacionamento social, em grau que requeira atendimento educacional especializado.

• Deficiência Auditiva - perda parcial ou total da audição, variando de acordo com o nível ou acuidade auditiva:
1. Moderada / leve - torna-se capaz de processar informações linguísticas pela audição, consequentemente, é capaz de desenvolver a linguagem oral.
2. Severa / profunda – apresenta dificuldades para desenvolver a linguagem oral espontaneamente, geralmente utiliza a Língua de Sinais.

• Deficiência Física /Motora – alteração completa ou parcial de um ou mais segmentos do corpo humano, acarretando o comprometimento da função física, abrangendo, dentre outras condições, amputação ou ausência de membro, paralisia cerebral, membros com deformidades congênitas ou adquiridas, exceto as deformidades estéticas e as que não produzam dificuldades para o desempenho das funções.

• Deficiência Intelectual ( antiga deficiência mental) – caracteriza-se por limitações significativas tanto no funcionamento mental como na conduta adaptativa, na forma expressa em habilidades práticas, sociais e intelectuais.


• Deficiência Múltipla – é a associação de duas ou mais deficiências primárias (intelectual, auditiva, física e visual), com comprometimentos que acarretam atrasos no desenvolvimento global e na capacidade adptativa.

• Deficiência Visual – é a perda total ou parcial, congênita ou adquirida, variando com o nível ou acuidade visual da seguinte forma:
1. Cegueira: é a perda total ou resíduo mínimo de visão que leva a pessoa a necessitar do Sistema Braile como meio de leitura e escrita.
2. Baixa visão ou visão subnormal: é o comprometimento do funcionamento visual de ambos os olhos, mesmo após tratamento ou correção. A pessoa com baixa visão possui resíduos visuais em grau que lhe permite ler textos impressos ampliados com uso de recursos ópticos especiais.
3. Surdo cegueira: é uma deficiência singular que apresenta perdas auditivas e visuais concomitantemente em diferentes graus, necessitando desenvolver diferentes formas de comunicação para que a pessoa surda cega possa interagir com a sociedade.

• Síndrome de Down – alteração genética cromossômica do par 21, que traz como conseqüência características físicas marcantes e implicações tanto para o desenvolvimento fisiológico (cardiopatias, obesidades e outros) quanto para a aprendizagem ( leitura, escrita linguagem oral).

• TDAH ou Hiperatividade – condição neurológica que caracteriza-se pela ausência de concentração, distração constante, desorganização, adiamentos, falta de autodisciplina, dificuldade de aprendizagem.
• Incluem-se ainda nesta perspectiva, as crianças com patologias que demonstram uma diminuição significativa da qualidade de vida: diabetes, câncer, AIDS.

Todo educador, comprometido com a inclusão escolar e com o desenvolvimento global de todas as crianças deve buscar o conhecimento acerca das necessidades educacionais especiais, para melhor entender o processo como um meio de promoção de melhores condições de vida para elas, caso contrário, negarão o direito destas crianças conhecerem o mundo, partilharem amizades e desenvolverem os pensamentos do coletivo de forma democrática.

Para saber mais:

Sites para pesquisas

WWW.comvida.org.br

WWW.cidadaoeficiente.com.br

WWW.deficienteeficiente.com.br

WWW.defnet.org.br

WWW.entreamigos.com.br



Indicações de leitura

A criança em desenvolvimento, Helen Bee, Artmed
Compreendendo a deficiência mental, Maria Teresa Egler Mantoan, Scipione
Autismos, Paulina Rocha, Esauta
Hiperatividade – Abram Topczewski, Casa do Psicólogo