Nayara Barrocal*
Segundo Roberta Gaio (1999, p.58),... estamos buscando a valorização desses corpos, a partir do conceito do humano, inserindo na teoria e na prática os corpos deficientes em diversos contextos, para que eles possam assumir posições na sociedade com dignidade e competência.
Diante de tão verdadeiras e atuais palavras, é interessante trazê-las para as vertentes atuais da realidade da Educação Infantil.
Atualmente a legislação educacional, a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, 9.394, de 20/12/1996, a Educação Infantil é definida como o primeiro nível da educação básica, que para os leigos no assunto, significa um período de brincar, de desfrutar do lúdico sem cobranças, para outros com mais conhecimentos, a criança é vista como um sujeito de direitos, ativo na construção do seu conhecimento e da sua cidadania. Daí a importância de insistir em incluir as crianças que apresentam necessidades educacionais especiais na turma regular de ensino desde a primeira infância.
É cada vez mais urgente que se dê um novo rumo a educação inclusiva, e a Educação Infantil deveria ser o ponto inicial desta caminhada. Inicialmente, precisamos, como educadores, conhecer e refletir o verdadeiro significado da inclusão e em seguida colocá-lo em prática. As mudanças são muitas, mas necessárias.
Sabendo da importância de incluir crianças que apresentam necessidades educacionais especiais, qual seria então a viabilidade da inclusão destas, nas turmas regulares de ensino desde a Educação Infantil, para que estas tenham acesso aos processos igualitários que lhes proporcionem o desenvolvimento integral que precisam e que tem direito?
A inclusão escolar destas crianças é validade por leis vigentes no país, e garantem a elas que se desenvolvam integralmente na sociedade e que tenham uma vida cidadã desde a sua infância, ocasionando numa vida adulta mais saudável, digna e independente.
Para Mantoan (2003, p.15)inclusão significa ruptura do atual paradigma educacional, é uma saída para que a escola possa fluir, espalhando sua ação formadora por todos os que dela participam. E se o que pretendemos é que a escola seja inclusiva, é urgente que seus planos se redefinam para uma ecucação voltada para a cidadania global, plena, livre de preconceitos e que reconhece e valoriza as diferenças.
Com este novo paradigma, a visão assistencialista e de educação compensatória para as crianças que apresentam necessidades educacionais especiais, cai por terra, pois diante desta ruptura, surge a visão do desenvolvimento integral, tornando a instituição de Educação Infatil, um espaço de descobertas e conquistas nos âmbitos: psicológico, físico, social e intelectual e também atendendo as necessidades básicas das crianças( afetivas, físicas e cognitivas).
Penso que no futuro, não só as instituições educacionais, mas demais interessados pela temática abordada, poderão inteirar-se mais sobre a Inclusão na Educação Infantil, tendo esta inovação educacional como importante recurso para clarear idéias numa escola aberta às diferenças e a todos os alunos, sem distinção.
*BARROCAL, Nayara. Pedagoga, especialista em Educação Infantil e pesquisadora da Inclusão Escolar.
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