Blog que apresenta diversas reflexões acerca da Educação nas áreas específicas da Educação Infantil, Inclusão Escolar e Alfabetização.
sexta-feira, 28 de outubro de 2011
Revista Educação Infantil - Inclusão na Educação Infantil
Inclusão: Utopia possível na Educação Infantil
*Por Nayara Barrocal
Compreendendo a Inclusão
A inclusão é uma inovação na área de educação, especialmente na Educação Infantil, o que é transformador e muitas vezes, é preciso ser lembrado de que é possível fazer, mas para que isso ocorra é indispensável ser desvelado, para que possa ser compreendido por todos e aceito sem resistências. Para tanto conceber os avanços da inclusão na Educação Infantil é entender a relevância deste processo para o desenvolvimento pleno destas crianças desde a primeira infância de forma a lhe garantir um futuro mais justo, onde seja apresentado, um mundo igual para todos.
Incluir na Educação Infantil significa romper com o atual paradigma educacional, buscar um caminho para que a escola possa fluir, espalhando sua ação formadora por todos os que dela participam. E se o que pretendemos é que a escola seja inclusiva, é urgente que seus planos se redefinam para uma educação voltada para a cidadania global, plena, livre de preconceitos e que reconhece e valoriza as diferenças.
Com este novo paradigma, a visão assistencialista e de educação compensatória para as crianças que apresentam necessidades especiais é destruída, pois surge a visão do desenvolvimento integral que tanto se difunde neste segmento da educação, tornando a escola, um espaço de descobertas e conquistas nos âmbitos: psicológico físico, social e intelectual, bem como, atendendo às necessidades básicas das crianças (afetivas, físicas e cognitivas).
Ainda são poucas as escolas de Educação Infantil inclusivas, pois a maioria ainda integram as crianças achando que estão incluindo. A diferença entre integração e inclusão é muito grande, são coisas totalmente diferentes: No processo de integração os alunos têm de mudar para se adaptarem às suas exigências e na inclusão, a escola que se adapta ao aluno.
São muitas as preocupações envolvendo o espaço físico, formação de professores, adaptações, legislação, mas o processo de inclusão educacional não depende só destes aspectos, mas do mais importante de todos que é aceitar as diferenças das crianças que apresentam necessidades especiais, não só pelos demais colegas, mas por toda a comunidade escolar.
Os especialistas em inclusão afirmam que a escola, organizada como está, produz a exclusão. Os conteúdos curriculares são tantos que tornam alunos, professores e pais reféns de um programa que pouco respeita as particularidades e interesses das crianças. Além disso, existem as demais barreiras: falta de formação dos professores para atender estas crianças sem segregá-las, arquitetônicas( ausência de rampas, banheiros adaptados e recursos adaptáveis às necessidades de cada um), e acompanhamento de profissionais de áreas diversas que dão suporte ao trabalho pedagógico desenvolvido( saúde e assistência social). Isso ocorre não só com crianças com deficiência. A escola trabalha com um padrão de aluno e quem não se aproxima dele, é excluído.
Educação Inclusiva é muito mais do que a escola especial. Como tal, sua prática não precisa estar limitada a um sistema paralelo de educação, e sim fazer parte da educação como um todo, acontecendo nas escolas regulares e constituindo-se em mais um sinal de qualidade em educação. Na Educação Infantil, a inclusão tem grande importância, já que nesta etapa são oferecidas propostas que tendem a desenvolver a criança como um todo, portanto, que seja nesta, o primeiro contato da criança que apresenta necessidade especial com o mundo novo que a escola tem para te mostrar. Desta forma, o conhecimento acerca das particularidades do processo é imprescindível.
Impossível falar em Inclusão, sem falar das Leis
Um dos fatores primordiais para que a Inclusão Educacional ocorra de fato e de direito na Educação Infantil, é que os envolvidos na comunidade escolar, conheçam a Legislação Brasileira que ampara este processo, de forma a se embasar numa trajetória que diariamente construímos juntos. É importante lembrar que ainda existem muitas barreiras a serem quebradas para que o processo seja aceito, entendido e respeitado. Para tanto, é interessante fazer uma retrospectiva desta caminhada em torno do amparo legal.
Antes do século XX o sistema de educação no Brasil não contemplava o processo de inclusão, ao contrário, foi um período caracterizado pela exclusão. Mais tarde, surgiram as classes especiais localizadas em poucas instituições de ensino, onde só havia especo para a segregação das crianças especiais.
A partir da década de 50, as escolas especiais começam a surgir e posteriormente, classes especiais em todas as escolas regulares de ensino. Já na década de 70, as crianças puderam frequentar as salas regulares, porém ainda sem qualquer tipo de adaptação necessária ao atendimento especializado destas.
Antes de prosseguir, é relevante destacar que o Brasil tem uma importante legislação que contempla tal assunto e que merece ser apreciada. A Constituição Federal de 1988 estabelece, no artigo 208, III, que é dever do Estado garantir o atendimento educacional especializado, preferencialmente na rede regular de ensino. Essa lei é reforçada e amparada por leis posteriores: Estatuto da Criança e do Adolescente (1990), Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (1996) e Decreto n° 3.298, de 20 de dezembro de 1999.
Com o incentivo das Nações Unidas, na década de 90, passa-se a discutir com maior ênfase, a importância da inclusão educacional propriamente dita através das adaptações necessárias.
Este movimento mundial em torno teve como pontapé inicial a Conferência Mundial de Educação para todos na Tailândia em 1990, sendo implementado e complementado na Espanha, em 1994, por meio da Declaração de Salamanca.
A Declaração de Salamanca é o texto mais completo sobre Inclusão Educacional e o nosso país é signatário. Este apresenta uma estrutura de ação em Educação Inclusiva que define as linhas de ação a serem desenvolvidas enfatizando a Educação Infantil no processo. Determina ainda a reformulação das instituições educacionais em Escola para Todos, que têm como princípio orientador a inclusão de todo aluno, em seu contexto educacional e comunitário.
Atendendo a Declaração de Salamanca, a Educação Infantil deve ser implementada com uma Pedagogia voltada para a diversidade e necessidade específicas das crianças que apresentam necessidades especiais em diferentes contextos, não esquecendo de beneficiar a todos de forma igualitária.
A partir deste movimento a Inclusão Educacional tornou-se cada vez mais necessária e por isso, a implantação de políticas no segmento da Educação Infantil para alcançar tal objetivo, tornou-se ainda mais urgente, na qual se baseava em três vertentes: garantir o acesso e a permanência, com êxito, das crianças com necessidade especiais na Educação Infantil da rede regular de ensino; organizar e redimensionar os programas de estimulação precoce e das classes pré-escolares pertencentes às Instituições de educação especial; apoiar o processo de transição dos alunos atendidos anteriormente nos centros de educação especial para a rede regular de ensino, por meio de ações integradas de apoio à inclusão.
Sendo assim, é possível observar que implementações importantes foram feitas ao longo da história da Educação Inclusiva Brasileira e que mesmo assim registrou-se uma tímida evolução.
O modelo escolar antigo possuía uma visão assistencialista na Educação Infantil, rompendo com este e buscando atender as crianças que apresentam necessidades especiais com a Inclusão efetiva, conseguiremos alcançar o desenvolvimento de todas as crianças, considerando-a autônoma e capaz no ambiente em que está imersa.
Portanto a Inclusão de crianças que apresentam necessidades especiais na Educação Infantil segue as definições da Constituição no que diz respeito à importância que devemos dar a vivência destas com as demais crianças no intuito de favorecer seu desenvolvimento. O princípio fundamental da escola inclusiva é o de que todas as crianças devem aprender juntas, independentemente de quaisquer dificuldades ou diferenças que possam ter, e isso é o que concebe o princípio básico de toda Legislação Brasileira.
Atualmente, na legislação educacional (Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional), a Educação Infantil é definida como a primeira fase da educação básica, que para os leigos no assunto, significa um período de brincar, de desfrutar do lúdico sem cobranças, para outros com mais conhecimento, a criança é vista como um sujeito ativo na construção do seu conhecimento e da sua cidadania.
Todo professor precisa conhecer a política educacional que orienta as ações no campo da educação inclusiva para que possam trabalhar de acordo com o que é legal e sabendo que está agindo amparado por pesquisas, análises e procedimentos indicados corretamente. Estes, podem ser facilmente encontradas no Plano Decenal de Educação para Todos (1993 – 2003), as metas são definidas no Plano Nacional de Educação (2001) e as orientações, nas Diretrizes Nacionais para Educação Especial na Educação Básica (2001) e no documento Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil – Estratégias e Orientações para a Educação de Crianças com Necessidades Educacionais Especiais (MEC, 2001).
Daí a importância ainda maior, de insistir em saber em que se baseia a inclusão das crianças que apresentam necessidades especiais na classe regular de ensino desde a primeira infância. Para saber mais acerca deste tema e de outros sub-temas, seguem sugestões de sites que ao serem visitados, acrescentarão mais informações.
Educação para todos
Ao longo da história o conceito de deficiência que foi sendo construído, certamente o foi na perspectiva de atender aos interesses daqueles que se apresentavam como eficientes. Isto não quer dizer que as diversas deficiências em si, não tiveram existência concreta. O que se pode constatar, é que o tratamento destas questões, durante o longo processo que a humanidade realizou em direção a maior humanização, poucas vezes privilegiou o atendimento a estas dificuldades apresentadas pelo corpo. Na sociedade em que vivemos poucas vezes, o homem foi visto como ser social, mas sim como ser físico, o que na maioria das vezes fazia a criança que apresenta necessidade especial ser isolada, pois de nada significava para a sociedade que estava inserida.
No âmbito da Educação Infantil, o panorama não era diferente, se a criança dotada de suas faculdades físicas e mentais perfeitas não eram aceitas como seres integrantes da sociedade educativa, imagine a criança que apresentava necessidades especiais.
É necessário lembrar que a Educação Infantil é uma etapa privilegiada para o avanço em direção aos objetivos da educação inclusiva e a infância é o melhor momento para se oportunizar a aprendizagem das diferenças, envolvendo-se também neste processo, pais, professores e sociedade em geral. Diante disso, as vantagens não são só oferecidas a estas crianças e suas famílias, mas a todos os envolvidos, inclusive a sociedade a qual pertence. Todos aprendem juntos através da interação mútua e solidária.
A Educação Infantil é um indispensável percurso a ser traçado pelas crianças em faixa etária adequada a este segmento por se tratar da mais interessante forma de socialização e escolarização que antecede o Ensino Fundamental. Desta forma, registra-se a sua importância diante da inserção das crianças nestes espaços coletivos de cuidado e educação. Para tanto, é interessante dizer que a inclusão torna-se cada vez mais necessária no sentido que a Educação Infantil, como 1ª etapa da Educação Básica, apresenta tantas oportunidades que favorecerão o desenvolvimento integral infantil.
Uma instituição educacional que acredita na inclusão deve ter o compromisso de proporcionar situações na rotina da escola que envolva o respeito, amor, cidadania, cuidar de si e do outro, aceitação, companheirismo e todos os valores necessários na formação de um cidadão. Mas, como destaque, devemos conhecer esta criança, suas particularidades para então, incluí-la com uma intencionalidade educacional.
A definição básica da criança que apresenta necessidade especial consiste em que esta apresenta uma necessidade especial na aprendizagem, podendo ser decorrente ou não de causa orgânica, ou ainda, ser resultado de um talento muito superior à média dos colegas das classes regulares de ensino. De forma legal, esta criança é aquela que apresenta “significativas diferenças físicas, sensoriais ou intelectuais, decorrentes de fatores inatos ou adquiridos, de caráter temporário ou permanente”, (Política Nacional de Educação Especial).
Portanto, a comunidade escolar precisa conhecer, antes de mais nada, quem são as crianças que apresentam necessidades especiais, para então melhor entender a relevância do processo. Para isso, é necessário fazer o diagnóstico educacional que consiste em utilizar recursos e procedimentos técnicos por profissionais que compões uma equipe multidisciplinar que avaliarão as crianças e destacarão as características de suas necessidades especiais, bem como poderão elencar causas e consequências destas de forma segura e que serão úteis para o desenvolvimento do trabalho na sala de aula inclusiva.
Sabe-se que podemos encontrar no Brasil diversas formas de se efetivar a inclusão educacional e que as adaptações são muitas, mas é ainda um problema regional, já que vivemos em um país com uma desigualdade social muito evidente e que de forma direta, atinge também as escolas. Diante disso, a partir dos diagnósticos educacionais realizados e das escolas e da realidade de cada instituição, pode ser sugerida a organização do Ensino Itinerante ( professor especializado visita escolas diferentes orientando os demais professores e também alguns alunos) e da Sala de Recursos (sala que conta com material e equipamentos especiais, utilizados por professor especializado que orienta os alunos a utilizá-los na construção do conhecimento). Tais propostas são apenas algumas daquelas que podemos inserir no dia a dia da escola inclusiva.
Outro recurso muito interessante e de grande valia, principalmente para as crianças menores é a Estimulação Precoce que tem como princípio básico a intervenção de uma equipe multidisciplinar no sentido de incentivar o desenvolvimento global da criança através das vivências, estratégias que enfocam os aspectos físico, sensório-perceptivo, motor, sócio-afetivo, cognitivo e da linguagem.
A construção de um ambiente inclusivo pressupõe a articulação de um coletivo de educadores e funcionários da escola de Educação Infantil, estendendo-se também às crianças, aos pais e à sociedade. O compromisso com uma moral voltada à construção de uma sociedade mais humana, em que as diferenças possam existir, deve refletir-se em ações concretas
Uma escola de Educação Infantil pautada na inclusão e que permita a convivência da comunidade, essa consciência da diversidade, possibilitará um preparo para a cidadania e um desenvolvimento humano muito maior para todas estas crianças, proporcionando a elas a garantia do cumprimento das leis vigentes, bem como do desenvolvimento integral da criança e consequentemente da conquista de um futuro mais justo nos diversos segmentos da sociedade a que pertence.
O professor precisa estar atento
Como dito anteriormente, a Educação Infantil enfrenta atualmente um grande desafio: a inclusão em creches e pré-escolas e esta realidade traz ao professor muitos sentimentos que envolvem receio, ansiedade, insegurança. Mas é necessário lembrar que tudo que é novo traz o medo, portanto conhecer o novo, implementá-lo, criar suas próprias receitas proporcionarão o sucesso deste processo.
Conhecendo melhor as peculiaridades de cada uma destas necessidades especiais é possível identificar a significância da luta pela inclusão que visa a inserção destas crianças na escola regular de ensino desde a Educação Infantil, tentando assim assegurar a elas melhores condições de vida e de crescimento, tendo em vista que suas limitações podem ser superadas, embora precisem de auxílio constante da escola, da família, da sociedade tão quanto antes for possível.
Infelizmente a inclusão de crianças que apresentam necessidades especiais ainda não é totalmente realizada na maioria das creches e pré-escolas brasileiras por falta de informação e de interesse das famílias, educadores, instituições educacionais e poder público. Milhares de crianças ainda são privadas de frequentarem uma classe regular de ensino e portanto, lhes são negados os direitos de conhecerem o conhecimento, partilharem amizades e desenvolverem o pensamento do coletivo de forma democrática. Diante disso, é necessário refletir sobre este panorama e compreender que incluir significa oferecer educação de qualidade para todos.
De acordo com o Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil – Volume II, p. 13: “ o ingresso na instituição de educação infantil pode alargar o universo inicial das crianças, em vista da possibilidade de conviverem com outras crianças e com adultos de origens e hábitos culturais diversos, de aprender novas brincadeiras, de adquirir conhecimentos sobre realidades distantes.” Para a criança que apresenta necessidades especiais, este ingresso pode significar a vitória sobre a segregação, pois estando em contato com crianças “normais”, ela aprende o que vivencia e se torna parte fundamental deste mundo, no qual tudo parece desconhecido, mas também do qual necessariamente fará parte.
O RCNEI – Estratégias e orientações para a educação de crianças com necessidades educacionais especiais, definem que o paradigma anterior que propunha uma visão assistencialista, de educação preparatória deve ser rompido e precisamos enxergar a criança como pessoa autônoma, inserida num contexto sócio, histórico e cultural. Nesse contexto, prioriza-se a valorização da dimensão humana, da criança cidadã com seus direitos fundamentais e deveres garantidos, desde seus primeiros anos de vida.
Com a inclusão, a escola de Educação Infantil passa a ser um lugar comum em que se respeitam os alunos de acordo com suas individualidades e em que se torna um ambiente justo, onde estas crianças que apresentam necessidades especiais não serão mais categorizadas a qualquer pretexto. Mesmo que as crianças incluídas não consigam aprender os conteúdos previstos, que são também muito importantes, mas não podem ser o único objetivo da escola, há que se dar a estas crianças o direito à convivência na escola, entendida como espaço privilegiado da formação global . Uma pessoa em tais condições, precisa inquestionavelmente dessa convivência. Além disso, os conteúdos que não aprender numa escola que lhe proporcione um ambiente desafiador e que adote métodos de ensino adequados à diversidade, provavelmente não irá também aprender num ambiente segregado.
Na pedagogia da Educação Infantil, as crianças e as interações que estabelecem entre si e com os outros são o ponto de partida para a construção e reconstrução de uma cultura que está viva, é dinâmica, na qual o “corpo e movimento”, seus sentidos e significados são vistos e vividos como características especificamente humanas. Diante disso, podemos imaginar como se sente as crianças PNEE em contato com o mundo real da qual fazem parte, aprendendo a transpor as limitações e construindo um mundo adaptável a estas.
É importante também que recebam estímulos adequados para garantir a construção de sua autoconfiança e auto-estima, possibilitando às crianças estarem seguras para dar conta de suas necessidades especiais ou não, e as questões inerentes do seu próprio desenvolvimento.
A criança aprende por imitação, portanto elas aprenderão aquilo que lhe for proposto a partir do contato com a escola inclusiva. Quando se fala em benefícios que a inclusão traz, o primeiro pensamento que surge é o de que as crianças que apresentam necessidades especiais têm mais chances de se desenvolver integralmente. Esse senso de responsabilidade pelo bem-estar do outro é um exercício constante nas escolas inclusivas. É preciso que tenham o direito de serem diferentes quando a igualdade os descaracteriza e o direito de serem iguais quando a diferença os inferioriza.
Não há como agir com a criança pequena, sem considerar suas vontades, suas necessidades, seus medos, seus sentimentos. As mudanças substanciais em geral despertam ansiedade, daí a importância de um trabalho consciente e responsável da inclusão ainda na Educação Infantil.
O sucesso da aprendizagem está em explorar talentos, atualizar possibilidades, desenvolver predisposições naturais de cada aluno. As dificuldades e limitações são reconhecidas, mas não conduzem nem restringem o processo de ensino, como comumente se deixa que aconteça.
Entre os benefícios que os alunos das escolas inclusivas, desde a Educação Infantil, comumente relatam estão a descoberta de pontos em comum com pessoas que superficialmente parecem e agem de maneira muito diferente; ter orgulho em ajudar alguém a conseguir ganhos importantes aparentemente impossíveis; ter oportunidades para cuidar de outras pessoas; agir consistentemente baseados em valores importantes, como a promoção da igualdade, a superação da segregação ou a defesa de alguém que é tratado injustamente, etc.
As amizades conquistadas ao longo dos encontros na escola inclusiva, estão de fato no cerne de que todos precisamos uns dos outros. São nossas amizades que nos permitem ser membros ativos e protegidos da comunidade. As amizades ajudam as crianças que apresentam necessidades especiais a garantir que fazem parte da comunidade – em vez de apenas estar na comunidade – é uma realidade para todos, que pode ser construída a Educação Infantil, no ato da inclusão escolar.
As creches e escolas de Educação Infantil, dentro de sua atual e reconhecida função de cuidar e educar, não podem mais deixar de receber crianças que apresentam necessidades especiais, a partir de zero anos, oferecendo-lhes cuidados diários que favoreçam sua estimulação precoce.
A escola comum é o ambiente mais adequado para se garantir o relacionamento dos alunos com ou sem deficiência e de mesma idade cronológica, a quebra de qualquer ação discriminatória e todo tipo de interação que possa beneficiar o desenvolvimento cognitivo, social, motor, afetivo dos alunos, em geral.
Nessa nova perspectiva, a educação inclusiva assume as funções: social, cultural e política, garantindo dessa forma, além das necessidades básicas (afetivas, físicas e cognitivas) essenciais ao processo de desenvolvimento e aprendizagem, a construção do conhecimento de forma significativa, por meio das interações que estabelece com o meio. Essa escola promove a oportunidade de forma aberta, flexível e acolhedora.
Os benefícios da educação inclusiva são recíprocos. A criança tem o estímulo de superar o desafio da execução das tarefas comuns. E o aluno sem deficiências aprende a aceitar o diferente e a atender que há limite para tudo, até mesmo para ele próprio.
Incluir é indispensável, principalmente para melhorar as condições da educação, de modo que na escola possam formar futuros cidadãos mais preparados para viver a vida na sua totalidade, livremente, sem preconceitos, sem barreiras. Não podemos atenuar a situação, devemos buscar soluções, pois o nosso compromisso com o resgate de uma vida escolar de forma a evitar a marginalização, a evasão, a criança estigmatizada é tão grande quanto a paz que carregaremos em nossas consciências
É necessário compreender que a inclusão consiste em reverter a forma de pensar nestas crianças como os “coitadinhos “, e mostrar que a responsabilidade de incluir é de todos nós, membros da comunidade destas crianças . Não é só uma questão de recursos técnicos, mas principalmente na mudança de atitudes de toda a comunidade.
Revista Educação Infantil - Crianças especiais
Crianças que apresentam necessidades especiais: é preciso conhecê-las para melhor compreendê-las.
A Educação Infantil é o melhor momento de incluir crianças que apresentam necessidades educacionais especiais, mas para isso, o educador precisa conhecê-las para saber desenvolver com coerência sua prática pedagógica.
*Por Nayara Barrocal
Compreender a inclusão escolar desde a Educação Infantil como necessidade para toda a sociedade é fundamental já que esta atingirá todos os segmentos da comunidade e aquilo, que não era tido como “normal”, se torna riqueza para todos que de forma direta ou indiretamente, serão contemplados.
É necessário lembrar que a primeira infância é o melhor momento da vida das crianças que apresentam necessidades educacionais especiais, para aprenderem e ensinarem com as diferenças.
Tendo como base este princípio, a proposta inicial da inclusão destas crianças nas classes regulares de ensino pauta-se numa adaptação da realidade educacional a partir do conhecimento buscado acerca das principais recorrências em salas de aula para desta maneira, identificar melhor suas limitações e habilidades e assim, desenvolvermos nossas práticas pedagógicas.
Importante ressaltar porque o termo deficiência, tão conhecido e utilizado, inclusive pelos documentos oficiais, neste artigo é substituído por necessidades especiais. Não concordando com a idéia de que o deficiente quer dizer aquele que não é eficiente, e sabendo que o mesmo, possui de acordo com suas limitações, capacidades e habilidades, trocam-se os termos para melhor introduzir tal temática.
Sendo assim, a definição básica da criança que apresenta necessidade educacional especial consiste em que esta possui uma necessidade especial na aprendizagem, podendo ser decorrente ou não de causa orgânica, de caráter temporário ou permanente ou ainda resultado de um talento muito superior a média das outras crianças com a mesma faixa etária. Seguem abaixo as definições destas:
• Altas habilidades e superdotação - notável desempenho e elevada potencialidade em qualquer dos seguintes aspectos, isolados ou combinados: capacidade intelectual geral; aptidão acadêmica específica; pensamento criativo ou produtivo; capacidade de liderança; talento especial para artes; capacidade psicomotora.
• Autismo – transtorno de desenvolvimento caracterizado, de maneira geral, por problemas nas áreas de comunicação e interação, bem como por padrões restritos, repetitivos e estereotipados de comportamentos, interesses e atividades.
• Condutas Típicas – manifestações de comportamentos típicas de “portadores” de síndromes (exceto Síndrome de Down) e quadros psicológicos, neurológicos ou psiquiátricos que ocasionam atrasos no desenvolvimento e prejuízos no relacionamento social, em grau que requeira atendimento educacional especializado.
• Deficiência Auditiva - perda parcial ou total da audição, variando de acordo com o nível ou acuidade auditiva:
1. Moderada / leve - torna-se capaz de processar informações linguísticas pela audição, consequentemente, é capaz de desenvolver a linguagem oral.
2. Severa / profunda – apresenta dificuldades para desenvolver a linguagem oral espontaneamente, geralmente utiliza a Língua de Sinais.
• Deficiência Física /Motora – alteração completa ou parcial de um ou mais segmentos do corpo humano, acarretando o comprometimento da função física, abrangendo, dentre outras condições, amputação ou ausência de membro, paralisia cerebral, membros com deformidades congênitas ou adquiridas, exceto as deformidades estéticas e as que não produzam dificuldades para o desempenho das funções.
• Deficiência Intelectual ( antiga deficiência mental) – caracteriza-se por limitações significativas tanto no funcionamento mental como na conduta adaptativa, na forma expressa em habilidades práticas, sociais e intelectuais.
• Deficiência Múltipla – é a associação de duas ou mais deficiências primárias (intelectual, auditiva, física e visual), com comprometimentos que acarretam atrasos no desenvolvimento global e na capacidade adptativa.
• Deficiência Visual – é a perda total ou parcial, congênita ou adquirida, variando com o nível ou acuidade visual da seguinte forma:
1. Cegueira: é a perda total ou resíduo mínimo de visão que leva a pessoa a necessitar do Sistema Braile como meio de leitura e escrita.
2. Baixa visão ou visão subnormal: é o comprometimento do funcionamento visual de ambos os olhos, mesmo após tratamento ou correção. A pessoa com baixa visão possui resíduos visuais em grau que lhe permite ler textos impressos ampliados com uso de recursos ópticos especiais.
3. Surdo cegueira: é uma deficiência singular que apresenta perdas auditivas e visuais concomitantemente em diferentes graus, necessitando desenvolver diferentes formas de comunicação para que a pessoa surda cega possa interagir com a sociedade.
• Síndrome de Down – alteração genética cromossômica do par 21, que traz como conseqüência características físicas marcantes e implicações tanto para o desenvolvimento fisiológico (cardiopatias, obesidades e outros) quanto para a aprendizagem ( leitura, escrita linguagem oral).
• TDAH ou Hiperatividade – condição neurológica que caracteriza-se pela ausência de concentração, distração constante, desorganização, adiamentos, falta de autodisciplina, dificuldade de aprendizagem.
• Incluem-se ainda nesta perspectiva, as crianças com patologias que demonstram uma diminuição significativa da qualidade de vida: diabetes, câncer, AIDS.
Todo educador, comprometido com a inclusão escolar e com o desenvolvimento global de todas as crianças deve buscar o conhecimento acerca das necessidades educacionais especiais, para melhor entender o processo como um meio de promoção de melhores condições de vida para elas, caso contrário, negarão o direito destas crianças conhecerem o mundo, partilharem amizades e desenvolverem os pensamentos do coletivo de forma democrática.
Para saber mais:
Sites para pesquisas
WWW.comvida.org.br
WWW.cidadaoeficiente.com.br
WWW.deficienteeficiente.com.br
WWW.defnet.org.br
WWW.entreamigos.com.br
Indicações de leitura
A criança em desenvolvimento, Helen Bee, Artmed
Compreendendo a deficiência mental, Maria Teresa Egler Mantoan, Scipione
Autismos, Paulina Rocha, Esauta
Hiperatividade – Abram Topczewski, Casa do Psicólogo
Revista Educação Infantil - Estimulação precoce
Estimulação Precoce: indispensável na Educação Infantil na perspectiva de Inclusão
A estimulação precoce deve ser considerada indispensável na Educação, pois oferece às crianças que apresentam ou não necessidades educacionais especiais, experiências vivenciadas e aquisição de ferramentas importantes para o desenvolvimento infantil.
*Por Nayara Barrocal
A estimulação precoce consiste em um conjunto de atividades psico – afetivo - social que viabilizam o trabalho de forma lúdica e prazerosa nas diferentes áreas que apresentam maiores dificuldades ou defasagens no desenvolvimento infantil. Esta ocorre de forma a dar sentido a propostas de repetição de diferentes exercícios sensoriais que amplia a capacidade emocional e potencializa a habilidade intelectual das crianças.
O ponto de partida para esta modalidade de tratamento na área educacional é saber junto a família qual o diagnóstico de necessidade da criança e a partir daí propor situações adaptativas e estimulantes para que o desenvolvimento desta, possa ser obtido. Porém, muitas vezes, esta pode ser útil também no sentido de antecipar-se a possíveis danos.
Em algumas instituições, voltadas para o atendimento educacional especial a Estimulação é oferecida de forma multidiscilplinar, ou seja, com o acompanhamento de fisioterapeutas, fonoaudiólogos, psicólogos, assistentes sociais, psicopedagogos e pedagogos. Já nas escolas regulares, esta pode ser oferecida pelos profissionais disponíveis, o que não significa ter menos valor, pelo contrário, dentro das escolas de Educação Infantil, os educadores exercem, muitas vezes, sem ter o conhecimento de diversos aspectos contemplados por outras profissões, o que permite que os mesmos estejam aptos a desenvolver propostas que a Estimulação Precoce propriamente dita apresenta.
Nesta perspectiva, considera-se o potencial de cada criança em qualquer estágio de sua vida, porém é relevante destacar que quanto mais precoce, maiores serão as chances de progressos.
Seria impossível conceber a ideia de Inclusão na Educação Infantil, sem mencionar a importância da estimulação precoce neste processo, já que a mesma contempla a concepção que orienta o objetivo principal deste segmento: o desenvolvimento integral da criança. Sendo assim, a estimulação precoce caracteriza atividades que visam atingir o desenvolvimento global da criança, respeitando suas etapas e fortalecendo seus potenciais.
A estimulação é comumente utilizada em crianças prematuras com a finalidade de reverter ou diminuir danos que possam surgir, e mais educacionalmente registrando, nas crianças que apresentam necessidades educacionais especiais com o objetivo de potencializar sua capacidade afetiva, motora e cognitiva. Em ambos os casos, a intencionalidade da mesma está em contemplar o desenvolvimento integral da criança.
Sabemos que para uma criança que apresenta necessidades especiais a dificuldade para resolver problemas é muito presente, e isso, pode ocasionar a desistência delas em buscar alternativas de melhora para qualidade de vida. Sendo assim, a estimulação permitirá que esta, esteja incentivada a quebrar as barreiras e persistir em alcançar condições adequadas que as leve até as conquistas possíveis.
Com a estimulação precoce propriamente dita, poderão acessar atividades básicas da vida diária como alimentação, locomoção, higiene, vestuário, controle esfincteriano e assim, quanto mais conhecimentos e interesses elas tiverem, desfrutarão de novas aprendizagens, facilitando a construção destas e assim, poderão ser incluídas na escola e na sociedade com maior tranquilidade.
É importante mencionar que durante toda a proposta de estimulação as crianças, especialmente as que apresentam necessidades especiais não são obrigadas a aprender algo, mas sim aproveitar, valorizar seus conhecimentos e estimulá-las a fazer o uso destes em seu cotidiano através de uma rotina mais lúdica e prazerosa. Aprender aquilo que será útil em sua rotina diária através de brincadeiras, jogos, atividades lúdicas, estímulos sensoriais é um tanto utópico para os adultos, mas já para os pequenos, é totalmente concebível já que aprendizagem por meio da brincadeira se trata de algo inato, atingível para os pequenos.
O que define a importância da estimulação precoce desde a primeira infância é que a mesma reflete positivamente em todas as fases de desenvolvimento da inteligência humana, portanto é o período da vida em que o processo evolutivo se torna mais relevante, possível e significativo.
Para que possa ser útil neste processo, é necessário que o professor tenha um conhecimento específico acerca do desenvolvimento das crianças, características e especificidades de cada etapa, para então colocar em prática o que sabe de forma mais consistente. Neste caso, terá como codinome, facilitador. O papel deste na estimulação é de evocar a interação da criança a partir de recursos existentes, na formulação de perguntas, na organização de ideias, bem como no enriquecimento dos ambientes.
O trabalho do professor/facilitador visa fazer com que o desenvolvimento das crianças ocorra de forma completa, sem queima de etapa, ou seja, o educador precisa oferecer a toda criança na educação infantil vivências em suas etapas de desenvolvimento, uma de cada vez, tentando atingir os objetivos de cada uma de forma efetiva.
Neste sentido, vemos a relevância do planejamento na educação infantil, pois será o pontapé inicial para que as propostas sejam praticadas com objetivos claros e bem definidos.
Os materiais a serem utilizados deverão ser variados, aumentando-se gradativamente o seu grau de complexidade tais como: roupas preenchidas com enchimentos, almofadas com formas diversificadas, bastões, caixas táteis, bolas, arcos, fantoches, escovas de dentes, canudinhos, espelhos, músicas, brinquedos coloridos e sonoros, e mais uma infinidade de recursos a serem explorados. Tudo isso, promoverá a aprendizagem concreta acerca da linguagem, coordenação motora, socialização, dentre tantas outras.
Desta forma, todo este processo traz às crianças de forma geral, não só as atendidas diretamente, mas as demais crianças da turma e da comunidade escolar contemplada, experiências significativas, exploração de áreas e objetos, o descobrimento, o autocontrole, o brincar e a livre expressão, e consequentemente, o sucesso das atividades, resultando em crianças mais livres, independentes e saudáveis.
Na verdade, a estimulação precoce é um presente que nós, educadores e familiares oferecemos às crianças, pois é a chance que elas tem de se localizar no mundo a que pertencem de forma mais abrangente e significativa.
Algumas atividades desenvolvidas em momentos de estimulação precoce
Mural do vestuário – a criança Brinquedos sensoriais com material
reciclado.
aprende a fechar e abrir zíperes
e botões, amarrar cadarços, etc.
Caixas táteis: com texturas e com elementos do cotidiano das crianças.
Sugestões de leituras:
• Estimulação Precoce – inteligência emocional e cognitiva. Grupo cultural. Apresenta muitas sugestões de atividades práticas.
• Estimulação precoce para bebês. Laura Tisi. Editora Sprint. Localiza a criança que apresenta necessidades especiais no contexto da estimulação precoce.
• O nascimento da inteligência da criança. Jean Piaget. Editora Zahar. Retrata os períodos do desenvolvimento infantil de forma clara.
Revista educação Infantil - Alfabetização na escola inclusiva
Alfabetização na escola inclusiva: na diversidade todos aprendem juntos
Sabe-se que alfabetizar uma criança é apresentar o mundo a ela, e desta forma, esta poderá conhecê-lo, agir sobre ele, expressá-lo e até modificá-lo. Cabe ao professor, buscar os meios para a aprendizagem significativa e consistente.
*Por Nayara Barrocal
No contexto da inclusão de crianças que apresentam necessidades educacionais especiais, a alfabetização é um processo de construção de hipóteses sobre o funcionamento da leitura e da escrita. Isso nos permite entender que para aprender a ler e a escrever, esta criança deve participar ativamente da construção do seu conhecimento, além de enfrentar os desafios que surgirão e saber lidar com as situações, reflexões e aprendizagens.
Para que este processo ocorra de forma concisa e contemplando a perspectiva de letramento, é preciso lembrar que antes de chegar à escola, a criança já possui conhecimento sobre o mundo letrado e que todas elas, saberão informações deste, de formas diferentes, respeitando suas necessidades especiais educacionais.
Desta maneira, importante mencionar que não existe receita pronta para trabalhar com as crianças que apresentam necessidades educacionais especiais, mas a afetividade e o lúdico permeando este processo, garantirão a apropriação dos saberes necessários, contudo é preciso lembrar que elas possuem ritmos diferenciados e que precisam ser conhecidas, no que se refere a necessidade especial específica de cada caso, para posteriormente, serem avaliadas e direcionadas.
Os jogos, as brincadeiras, os textos retirados do cotidiano das crianças oferecerão o suporte necessário à aprendizagem acerca da leitura e da escrita e promoverá dentro da sala de aula, o ambiente igualitário, .
Sendo assim, a escola precisa está preparada para levar até estas crianças, oportunidades que desencadeiem a internalização de tais aprendizagens e para isso, seguem descritas algumas sugestões a serem desenvolvidas com este público.
• Alguns recursos e instrumentos:
- Jogos táteis com letras e/ou palavras
- Alfabetos em braile e em libras
- Letras móveis em braile e em libras
- Pranchas de comunicação
- Receitas com material concreto
- Músicas ilustradas
Cartão letras móveis com velcro
Lótus sílabas gravuras
Estante de leitura
Velcro nas páginas do livro
• Propostas lúdicas:
1. A palavra do dia
- Selecione uma palavra por dia como a “palavra do dia”.
- Escreva esta palavra do dia em um cartão e apresente-a durante a rodinha, depois a coloque em local visível.
- Use a palavra seguidas vezes durante o dia e estimule as crianças a usá-la o máximo de vezes
2. Uma fotografia vale por mil palavras
- Tire fotos das crianças fazendo atividades na sala de aula.
- Desenvolva um arquivo de fotos de revistas com objetos diferentes.
- Deixe as crianças escolherem fotografias e descreverem como os objetos são usados.
3. Álbum de aproveitamento
- A professora contará a história para as crianças
- Cada uma fará o desenho interpretativo da história ouvida
- Este desenho será guardado no álbum, onde a professora registrará por meio da escrita o que produziu cada criança.
4. Pegue um par
- Coloque diversos pares de objetos que rimem entre si numa cesta (gato/rato, boliche/sanduíche).
- Peça para as crianças formarem pares de objetos que rimem.
5. Rimas enlatadas
- Coloque diversos objetos que rimem em uma lata – para, lata e barata
- Oriente as crianças a criar uma história que inclua todos os itens.
6. Que letra está faltando?
- Coloque quatro pranchas alfabéticas consecutivas no chão e peça para as crianças dizerem as letras
- Diga para as crianças taparem os olhos e remova uma das letras.
- A seguir, peça para abrirem e identificarem a letra que falta.
7. Sacos de gel
- Coloque ½ xícara de gel para cabelos em um saco plástico com fecho.
- Oriente as crianças a fazer letras no saco usando o dedo indicador.
8. Letras de massa de modelar
- Oriente as crianças a formar letras e desenhos, cujas escritas iniciam com a mesma letra com massinha.
9. Chegou carta
- Escreva o nome de cada criança em um envelope de cartas e coloque-o em uma caixa de correios.
- Faça um crachá para cada uma e peça para sentarem em círculo segurando-os.
- Deixe as crianças alternarem-se entregando os envelopes retirados da caixa e os entregando aos nomes correspondentes aos crachás.
- Para mais diversão, acrescente presentes-surpresa, como adesivos ou fotografias, aos envelopes.
10. Tirinhas caseiras
- Recorte tirinhas (histórias em quadrinhos) de jornais, internet, etc.
- Leia as tirinhas com as crianças individualmente ou em pequenos grupos.
- Comente a ordem das imagens da esquerda para a direitta à medida que lê.
11. Varal de letras
- Recorte círculos de cartolina, escreva letras nos mesmos e plastifique-os. Faça furos nos círculos usando um furador de papel.
- Distribua cadarços ou cordões.
- Oriente as crianças a amarrar as letras para formar uma palavra.
12. Listas
- Faça listas de atividades de sala de aula com temáticas do cotidiano das crianças ou mesmo, acerca de temáticas estudadas na turma.
- Utilizar cartolinas para registrar as palavras que comporão as listas.
13. Escrevendo um diário
- Pegue um caderno para cada criança, faça a capa com elas ou coloque uma foto da turma.
- Cada dia peça que escrevam ou desenhem em uma página, registrando o pensamentos delas naquele dia.
Proporcione oportunidades para as crianças “lerem”uma página do diário para os colegas, ou crianças de outras turmas.
14. Detetives de histórias
- Após ler uma história para as crianças, faça perguntas de múltipla escolha.
- Elas deverão responder através das pistas ou das opções dadas, de forma correta.
15. Verdadeiro e falso
- Apresente pares de sentenças às crianças – uma verdadeira e uma falsa.
- Peça para selecionarem a afirmação verdadeira.
- Após as crianças terem confiança em como selecionar esse tipo de afirmação categórica, apresente pares de sentenças, nos quais uma sentença é parcialmente verdadeira e a outra é completamente verdadeira.
É importante destacar que, serão as necessidades destas crianças que determinarão os recursos e instrumentos mais úteis para oportunizar novos saberes na sala de aula. Porém, é na diversidade que aprendemos juntos, isso que dizer que, toda a turma deverá acessar os meios facilitadores de forma integrada e desta maneira aprenderão todos juntos envoltos em um processo de hibridização de recursos, o que é muito interessante na escola inclusiva.
Sugestões de leitura:
• Escola Inclusiva – Linguagem e Mediação. Lucia Reily. Papirus Editora.
• Ensinar e Aprender Brincando. Pam Schiller e Joan Rossano. Artmed.
• Inclusão Social - Primeiros Passos. Márcia M. do Nascimento e Ivete Raffa. Editora Giracor.
Revista Educação Infantil - O desenho infantil
O desenho infantil: descoberta criativa da criança
O desenho é para as crianças um conjunto de possibilidades para a descoberta de como se comunicar e se expressar de forma mais adequada com o mundo que as cerca. Cabe ao educador, incentivá-las nesta descoberta criativa.
*Por Nayara Barrocal
A criança, ainda bem pequena, já tenta por imitação, a utilizar o lápis e a tentar esboçar seus primeiros rabiscos, depois tanto o lápis, quanto outros materiais que sirvam de instrumentos de registros, passam a ter espaço significativo em sua infância. Com o tempo, os desenhos vão evoluindo e apresentam elementos diferenciados em suas produções de acordo com a fase de cada uma.
Geralmente, as crianças gostam de desenhos desde muito pequenas, por isso então, a necessidade de se estimulá-las a exercitar o desenho livre dentro e fora da escola, cabendo aos pais e educadores a organização de espaço e material adequado pra tal finalidade. Colocar a disposição lápis, papéis, giz de cera, tintas, hidrocores em um cantinho especial da casa ou da escola é uma maneira de apoiá-las neste processo de descoberta e criação.
A criança quando desenha se expressa e se comunica com o mundo que a cerca, garantindo assim a interrelação entre alguns aspectos importantes para o desenvolvimento infantil, tais como físico, intelectual, afetivo, cultural, dentre outros. Na verdade, o desenho é para a criança um conjunto de oportunidades que unem particularidades (escrita, arte, cultura, grafismo) e necessidades (comunicação com os demais, expressão de sentimento, interação social). Por meio deste ainda, expressa todo o universo da criança e o que invenção criativa proporciona como: sonhar, viajar, planejar, comunicar, interagir sobre o meio através dos rabiscos, cores e elementos colocados no papel.
A importância do desenho infantil também é levada muito em consideração, por este falar por si só de sentimentos, situações, vivências. Muitos educadores, psicólogos, assistentes sociais em indeterminadas áreas de pesquisa, vem utilizando o desenho como recurso de comunicação e expressão, pois por meio deste, a criança transmite o que sente e o que busca em determinados momentos e que não conseguem externar.
Sugestões para incentivar os desenhos infantis
• Proporcionar a criança o uso de materiais diversificados, papéis de variados, materiais diferentes;
• Propor atividades desafiadoras como desenhar sem tirar o lápis do papel, com os olhos fechados, com carimbos dos dedos e mãos, etc.;
• Sugerir às crianças que registrem sensações como: doce, azedo, salgado, quente, frio, mole, duro, alegria, tristeza, dor, saudade através de desenhos;
• Sair com as crianças para uma aula-passeio, observar o mundo em volta, senti-lo, prová-lo quando possível e no retorno, transcrever as sensações em forma de desenhos;
• Observar e comentar com as crianças sobre desenhos, pinturas, esculturas, telas, etc. Analisar as características das produções e de seus criadores e sugerir a releitura destes pelas crianças.
A função do educador como incentivador e facilitador do processo de desenvolvimento do desenho infantil é muito relevante, pois o mesmo precisa além de conhecer as fases do desenho infantil, é indispensável que seja sensível a ponto de desafiar, acompanhar, incentivar gradativamente os conhecimentos e as experiências das crianças.
Alguns pontos que merecem atenção do educador
• As cores, a proporção, os elementos estão intimamente ligados com as questões afetivas da criança, estão relacionadas a emoção e não à razão, ou seja, o uso demasiado de uma cor pode indicar alguma mudança de comportamento como depressão infantil ou mesmo alguma característica pessoal de determinada criança como timidez ;
• Ao desenhar, as crianças expressam sentimentos e liberam sensações – neste momento, podemos descobrir dúvidas, medos, sentimentos que as crianças não conseguem externalizar;
• O desenho da criança varia de acordo com o ambiente em que está inserido e com as experiências que este oferece – a intervenção do adulto é imprescindível;
• O processo de evolução do desenho infantil está relacionado com o desenvolvimento global da criança – de acordo com o desenvolvimento cognitivo, emocional, social, o desenho evolui;
• Os desenhos evoluem de acordo com o ritmo individual de cada criança – cada ser é único, e assim deve ser observado também no sentido do desenho infantil, não pode existir espaços para comparações;
• Se comunica quando demonstra o que pensa sobre os elementos que compõe seus desenhos – o desenho expressa por meio dos elementos a vida real ou imaginária da criança;
• Através do desenho, aprendem sobre as coisas que registra em suas produções – o desenho é uma excelente maneira de saber se a criança da Educação Infantil construiu conhecimentos acerca do que foi estudado.
Neste sentido é relevante destacar mais uma vez a importância da intervenção do adulto quando estimula a inserção de elementos ou ainda da conversa informal decorrente das produções infantis com as crianças envolvidas no processo. É importante destacar ainda que, mesmo crianças que vivem em contextos diferentes, em contato com mundos diversificados apresentarão aspectos do desenho infantil que são semelhantes entre crianças na mesma faixa etária, o que mudará são as formas dadas aos objetos significativos da sua realidade, Por exemplo, crianças que vivem no litoral tendem a registrar a vida no mar, outras que vivem em grandes metrópoles, desenharão prédios altos, muitos carros, etc.
As etapas ou fases do desenho infantil nos permitem acompanhar a evolução do grafismo infantil e também do desenvolvimento infantil, ou seja, de como mudam os seus desenhos, sua organização, seus elementos e assim, ocorre o despertar para a arte e para a escrita.
Fases ou etapas do desenho infantil
1. Rabiscação
Já podemos observar diferenças nos desenhos das crianças ainda muito cedo, de acordo com as particularidades de cada uma, de forma que, umas rabiscam com mais força, outras mais delicadamente. E nessa fase já podemos ver uma evolução, quando observamos a subdivisão entre descontínua e contínua. Esta fase ocorre geralmente antes dos 3 anos.
- rabiscação descontínua: a criança apresenta prazer em manipular o lápis ou instrumento de registro, não tem noção do espaço do papel e não se limita a este. Ainda não revela coordenação de movimentos e intenção de comunicação através deste. Os rabiscos não se seguem, ou seja, a criança retira o lápis do papel ao desenhar, sem dar continuidade ao traço.
- rabiscação contínua: ainda não expressa seus pensamentos por meio dos desenhos, mas o nível de coordenação está mais aperfeiçoado, desta maneira, os traços surgem num vai e vem mais ritmado, a criança repete os traços variando para movimentos mais complexos, e estes se complementam quando a criança não retira o lápis do papel.
2. Células
Nessa fase, que acontece por volta dos 3 anos e meio, a criança começa a observar que o traço pode ter outras formas, e então descobre a fórmula de fechar os rabiscos anteriores, o que forma a célula. Quando isso ocorre, a criança passa a valorizar ainda mais suas produções até porque percebe que os adultos começam a se interessar e a elogiar seus desenhos. Nesta etapa também, passa a verbalizar o que desenhou e mas ainda não demonstra a intenção de se expressar alguma ideia por meio destes. Os significados dos desenhos mudam, ora um sol, ora o papai, tudo dependerá da vontade da criança no momento.
3. Garatujas
É por volta dos 4 anos que as garatujas aparecem, quando também as mãos já ganharam maior destreza de movimentos. Neste sentido, as garatujas surgem do interior das células quando destas, saem radiais ou traços que representam os braços e as pernas, bem como pontos que indicam o nariz, a boca. Nessa fase as crianças ficam muito estimuladas com seus progressos e cabe aos adultos estimularem as produções. Elas gostam também de dar nome a seus desenhos de acordo com sua própria interpretação, o que denota a intencionalidade de se expressar por meio do desenho. Depois da primeira garatuja criada, a criança inicia o desenho intencionalmente feito, ela pensa, relembra e refaz, ou tenta fazer, e isso prova que os homens têm condições de expressar o seu pensamento através da forma gráfica, como já faziam os homens da caverna. A criatividade deve ser estimulada e não ser imposta de forma a oferecer modelos prontos para cópia ou pintura simplesmente, é interessante deixar a criança se comunicar por meio de suas descobertas criativas.
4. Figuras Isoladas
Por volta dos 5 anos, a coordenação dos movimentos já deve estar mais aperfeiçoada e a percepção e memória de detalhes também em processo contínuo de evolução, por isso, a criança começa a desenhar figuras que ficam soltas no papel como se estivesse voando, mas essas figuras tem agora bastante relação com os objetos ou pessoas conhecidas. Geralmente representam a figura humana, casas, animais, sol, flores, brinquedos. A cor e o tamanho ainda não tem muita relação com o real, estando mais ligados aos seus estados emotivo. É uma fase que claramente se encontra entre as garatujas e a próxima fase, cenas simples, por isso, os incentivos são imprescindíveis.
5. Cena simples
As cenas simples revelam um aprimoramento na organização de idéias, um nível maior de coordenação motora. O desenho tem pouca variedade de elementos, poucos detalhes e cores, e reduzida orientação espacial. Porém, é possível observar características que indicam progresso como cabelos na figura humana, céu com sol e nuvem, chão e algumas vezes, as orelhas. Há um avanço na expressão do pensamento relacionado ao desenho feito, ou seja, se expressam com frases curtas, mas coerentes com a produção.
6. Cena completa
Por volta dos 6 anos e meio, a criança utiliza o desenho como forma de expressar a construção aperfeiçoada do pensamento. Há mais elementos que compõe o desenho, significativa relação entre eles e também mais detalhes nas pessoas, nos objetos e nas coisas que a criança registra. Nessa fase a linguagem da criança sobre o desenho se amplia e elas contam pequenas histórias relacionadas com ele.
Agora, conhecendo todas as fases do desenho infantil, é interessante observar que a evolução deste ocorre de maneira gradual, geralmente atendendo à uma faixa etária, mas de uma forma que pode não ser tão previsível. Como tudo, dependerá das intervenções realizadas, materiais oferecidos e os estímulos recebidos pela criança. Desta forma, sabe-se que esta sequência é semelhante mesmo em crianças com realidades culturais e sociais totalmente diferentes como mencionado anteriormente.
Sugestões de leituras
• A criança e seu desenho – o nascimento da arte e da escrita. Philippe Greig.Editora Artmed.
• A criança e sua arte. Viktor Lowenfield. Editora Mestre Jou.
• Educação Pré-escolar. Gilda Rizzo. Editora Francisco Alves.
Desenvolvimento social e pessoal com os jogos e as brincadeiras
*Por Nayara Barrocal
Os jogos e as brincadeiras são atividades humanas nas quais as crianças são introduzidas no meio social, constituindo-se em um modo de assimilar e recriar experiências. E por se tratar de atividades sociais específicas e fundamentais que garantem a interação e construção de conhecimentos da realidade pelas crianças, é que nos faz abordar a função pedagógica na primeira infância do ser humano.
A criança começa a brincar quando ainda é um bebê, brinca com as mãos, de achar o nenê com a mamãe, de esconder atrás de objetos, etc, e é assim, que ela começa compreender a natureza comunicativa da brincadeira e do jogo, e participa por vontade própria. “A brincadeira e o jogo são resultados individuais – o pressupõe uma aprendizagem social” (WAJSKOP, 1999, p. 32).
Com relação ao jogo, Piaget (1975, p. 81) acredita que é essencial na vida da criança e que o mesmo constitui-se em expressão e condição para o desenvolvimento infantil, pois quando as crianças jogam podem transformar a realidade.
Já Vygotsky (1989, p. 59 ), considera que o desenvolvimento ocorre ao longo dela. Segundo ele, as crianças usam as interações sociais como forma privilegiada de acesso as informações. Em sua visão sócio-histórica, a brincadeira e o jogo são atividades específicas da infância em que a criança recria a realidade usando sistemas simbólicos. Essa é uma atividade social, com contexto pessoal e social.
Os jogos e as brincadeiras mobilizam possibilidades afetivas e sociais para sua realização. Através destas, a criança aprende a conhecer a si própria, as pessoas que a cercam, as relações entre estas, e os papéis que cada um tem. Estas interações são de grande importância no processo de desenvolvimento e aprendizagem da criança.Quando brincam ou jogam, ao mesmo tempo em que desenvolvem sua imaginação, as crianças podem construir relações reais entre elas e elaborar regras de organização e convivência.
Além disso, é através dos jogos e das brincadeiras que a criança pode conviver com os diferentes sentimentos. Ela irá aos poucos se conhecendo e aceitando a existência dos outros, estabelecendo suas relações sociais. Revivem assim, suas alegrias, seus medos, seus conflitos, resolvendo-as à sua maneira e transformando sua realidade naquilo que quer, desenvolvendo valores que orientarão seu comportamento pessoal e social.
Na verdade, os jogos e as brincadeiras podem ser considerados as principais atividades das crianças, aquelas nas quais ocorrem importantes mudanças em seu desenvolvimento psíquico e dentro da qual preparam-se caminhos de transição para níveis mais elevados de desenvolvimento. O jogo e a brincadeira permitem que a criança reestruture sua forma de pensar e de interagir com a realidade.
Segundo o Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil ( 1998, p. 95), além de desenvolver habilidades importantes como atenção, a imitação, a memória e a imaginação, a criança também amadurece a capacidade de socialização por meio da interação e da utilização e a experimentação de regras e papéis sociais.
“A brincadeira possui três características: a imaginação, a imitação e a regra.” ( VYGOTSKY, 1989, p. 123). Durante as brincadeiras e os jogos, as crianças recriam e estabilizam que sabem sobre as diversas esferas do conhecimento social, em uma atividade espontânea e imaginativa. A fantasia e a imaginação são elementos fundamentais para que a criança aprenda mais sobre a relação entre as pessoas, sobre o eu e o outro.
Nas brincadeiras e nos jogos, as crianças, vivenciam a elaboração e a negociação de regras de convivência, assim como a elaboração de um sistema de representação dos diversos sentimentos, das emoções e das construções pessoal e social. Isso ocorre porque a motivação é sempre individual e depende dos recursos emocionais de cada criança que são compartilhados em situações de interação sociais.
Para Wajskop ( 1995, p. 37 ), o brincar e o jogar são formas de atividades social infantil cuja característica imaginativa e diversa do significado cotidiano da vida fornece uma ocasião educativa para as crianças. Nas brincadeiras e nos jogos as crianças podem pensar e experimentar situações novas ou mesmo do seu dia a dia, isenta das pressões situacionais.
Esta descoberta interpessoal ajuda as crianças pequenas a compreenderem a si mesmas e contribui imensamente para o desenvolvimento pessoas e social da criança, já que compreender a si mesmo e adquirir confiança nas próprias capacidades facilita o movimento da criança rumo a independência.
O educador exerce papel muito importante no desenvolvimento pessoal e social da criança através das brincadeiras e dos jogos. Cabe a ele, organizar atividades que sejam definidas como tais e que sejam diversificadas para proporcionar a criança à opção de escolha entre diferentes sugestões. O mesmo precisa intervir junto ao brincar/ jogar, propondo as crianças atitudes referentes à realidade. O papel do adulto é de estimular a imaginação das crianças, e não de induzi-la.
Segundo o Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil ( 1998, p. 26 ), os temas, imagens, formas dos brinquedos, e materiais oferecidos pelo educador devem ser determinados pela observação e escuta dos interesses das crianças, assim como por objetivos programáticos previamente definidos.
“No sonho, na fantasia, no faz-de-conta, desejos que parecem irrealizáveis, podem ser realizados.”( KISHIMOTO, 1997, p 98) Durante a realização de jogos e brincadeiras, a criança sempre se comporta além do comportamento habitual de sua idade, além do seu comportamento diário; é como se ela fosse maior do que a realidade. Como no foco de uma lente de aumento, os jogos e brincadeiras contém todas as tendências do desenvolvimento sob forma condensada, sendo ele mesmo, uma grande fonte de desenvolvimento social e pessoal.
O adultodeve ter o papel de provocador da participação coletiva, pois a criança está no período do egocentrismo, onde o mundo gira em torno dele, tudo está centrado nele. Assim, como o levará ao desafio da busca da resolução dos problemas despertando e incentivando a criança para o espírito do companheirismo e de cooperação.
Por causa destas razões as brincadeiras e os jogos têm papel importante nas escolas de educação infantil e nas creches. Propiciando o jogo e a brincadeira, cria-se um espaço no qual as crianças podem experimentar o mundo, interpretar, significar e compreender de maneira ativa e própria os comportamentos, usos, costumes e sentimentos do homem.
Bibliografia:
BRASIL, Ministério da Educação e Desporto. Secretaria da Educação Fundamental – Referencial Curricular nacional Para a Educação Infantil – Vol. I, II e III _ Brasília. MEC/SEF, 1998.
KISHIMOTO, Tizuco Morchida. Jogo, brinquedo e a Educação. São Paulo, Ed. Cortez, 1997.
PIAGET, Jean. O equilíbrio das estruturas cognitivas. Paris, PUF, 1975.
VYGOTSKY. A formação social da mente. São Paulo, Ed. Martins Fontes, 1989.
WAJSKOP, Gisela. Brincar na pré-escola – 3 ed. São Paulo. Ed. Cortez, 1999.
_____________. O brincar na educação infantil. Caderno de pesquisa. São Paulo, 1995.
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