sexta-feira, 26 de agosto de 2011

Alfabetização na escola inclusiva: na diversidade todos aprendem juntos


Sabe-se que alfabetizar uma criança é apresentar o mundo a ela, e desta forma, esta poderá conhecê-lo, agir sobre ele, expressá-lo e até modificá-lo. Cabe ao professor, buscar os meios para a aprendizagem significativa e consistente.
*Por Nayara Barrocal

No contexto da inclusão de crianças que apresentam necessidades educacionais especiais, a alfabetização é um processo de construção de hipóteses sobre o funcionamento da leitura e da escrita. Isso nos permite entender que para aprender a ler e a escrever, esta criança deve participar ativamente da construção do seu conhecimento, além de enfrentar os desafios que surgirão e saber lidar com as situações, reflexões e aprendizagens.
Para que este processo ocorra de forma concisa e contemplando a perspectiva de letramento, é preciso lembrar que antes de chegar à escola, a criança já possui conhecimento sobre o mundo letrado e que todas elas, saberão informações deste, de formas diferentes, respeitando suas necessidades especiais educacionais.
Desta maneira, importante mencionar que não existe receita pronta para trabalhar com as crianças que apresentam necessidades educacionais especiais, mas a afetividade e o lúdico permeando este processo, garantirão a apropriação dos saberes necessários, contudo é preciso lembrar que elas possuem ritmos diferenciados e que precisam ser conhecidas, no que se refere a necessidade especial específica de cada caso, para posteriormente, serem avaliadas e direcionadas.
Os jogos, as brincadeiras, os textos retirados do cotidiano das crianças oferecerão o suporte necessário à aprendizagem acerca da leitura e da escrita e promoverá dentro da sala de aula, o ambiente igualitário, .
Sendo assim, a escola precisa está preparada para levar até estas crianças, oportunidades que desencadeiem a internalização de tais aprendizagens e para isso, seguem descritas algumas sugestões a serem desenvolvidas com este público.

• Alguns recursos e instrumentos:
- Jogos táteis com letras e/ou palavras
- Alfabetos em braile e em libras
- Letras móveis em braile e em libras
- Pranchas de comunicação
- Receitas com material concreto
- Músicas ilustradas
- Cartão letras móveis com velcro
- Lótus sílabas gravuras
- Estante de leitura
- Velcro nas páginas do livro


• Propostas lúdicas:
1. A palavra do dia
- Selecione uma palavra por dia como a “palavra do dia”.
- Escreva esta palavra do dia em um cartão e apresente-a durante a rodinha, depois a coloque em local visível.
- Use a palavra seguidas vezes durante o dia e estimule as crianças a usá-la o máximo de vezes
2. Uma fotografia vale por mil palavras
- Tire fotos das crianças fazendo atividades na sala de aula.
- Desenvolva um arquivo de fotos de revistas com objetos diferentes.
- Deixe as crianças escolherem fotografias e descreverem como os objetos são usados.
3. Álbum de aproveitamento
- A professora contará a história para as crianças
- Cada uma fará o desenho interpretativo da história ouvida
- Este desenho será guardado no álbum, onde a professora registrará por meio da escrita o que produziu cada criança.
4. Pegue um par
- Coloque diversos pares de objetos que rimem entre si numa cesta (gato/rato, boliche/sanduíche).
- Peça para as crianças formarem pares de objetos que rimem.
5. Rimas enlatadas
- Coloque diversos objetos que rimem em uma lata – para, lata e barata
- Oriente as crianças a criar uma história que inclua todos os itens.
6. Que letra está faltando?
- Coloque quatro pranchas alfabéticas consecutivas no chão e peça para as crianças dizerem as letras
- Diga para as crianças taparem os olhos e remova uma das letras.
- A seguir, peça para abrirem e identificarem a letra que falta.
7. Sacos de gel
- Coloque ½ xícara de gel para cabelos em um saco plástico com fecho.
- Oriente as crianças a fazer letras no saco usando o dedo indicador.
8. Letras de massa de modelar
- Oriente as crianças a formar letras e desenhos, cujas escritas iniciam com a mesma letra com massinha.
9. Chegou carta
- Escreva o nome de cada criança em um envelope de cartas e coloque-o em uma caixa de correios.
- Faça um crachá para cada uma e peça para sentarem em círculo segurando-os.
- Deixe as crianças alternarem-se entregando os envelopes retirados da caixa e os entregando aos nomes correspondentes aos crachás.
- Para mais diversão, acrescente presentes-surpresa, como adesivos ou fotografias, aos envelopes.
10. Tirinhas caseiras
- Recorte tirinhas (histórias em quadrinhos) de jornais, internet, etc.
- Leia as tirinhas com as crianças individualmente ou em pequenos grupos.
- Comente a ordem das imagens da esquerda para a direitta à medida que lê.
11. Varal de letras
- Recorte círculos de cartolina, escreva letras nos mesmos e plastifique-os. Faça furos nos círculos usando um furador de papel.
- Distribua cadarços ou cordões.
- Oriente as crianças a amarrar as letras para formar uma palavra.
12. Listas
- Faça listas de atividades de sala de aula com temáticas do cotidiano das crianças ou mesmo, acerca de temáticas estudadas na turma.
- Utilizar cartolinas para registrar as palavras que comporão as listas.
13. Escrevendo um diário
- Pegue um caderno para cada criança, faça a capa com elas ou coloque uma foto da turma.
- Cada dia peça que escrevam ou desenhem em uma página, registrando o pensamentos delas naquele dia.
Proporcione oportunidades para as crianças “lerem”uma página do diário para os colegas, ou crianças de outras turmas.
14. Detetives de histórias
- Após ler uma história para as crianças, faça perguntas de múltipla escolha.
- Elas deverão responder através das pistas ou das opções dadas, de forma correta.
15. Verdadeiro e falso
- Apresente pares de sentenças às crianças – uma verdadeira e uma falsa.
- Peça para selecionarem a afirmação verdadeira.
- Após as crianças terem confiança em como selecionar esse tipo de afirmação categórica, apresente pares de sentenças, nos quais uma sentença é parcialmente verdadeira e a outra é completamente verdadeira.


É importante destacar que, serão as necessidades destas crianças que determinarão os recursos e instrumentos mais úteis para oportunizar novos saberes na sala de aula. Porém, é na diversidade que aprendemos juntos, isso que dizer que, toda a turma deverá acessar os meios facilitadores de forma integrada e desta maneira aprenderão todos juntos envoltos em um processo de hibridização de recursos, o que é muito interessante na escola inclusiva.

Sugestões de leitura:
• Escola Inclusiva – Linguagem e Mediação. Lucia Reily. Papirus Editora.
• Ensinar e Aprender Brincando. Pam Schiller e Joan Rossano. Artmed.
• Inclusão Social - Primeiros Passos. Márcia M. do Nascimento e Ivete Raffa. Editora Giracor.



Atitudes do educador que inclui





* Por Nayara Barrocal




Na perspectiva da inclusão é imprescindível que o educador esteja preparado para lidar com os possíveis obstáculos que surjam, porém vale a pena destacar que a ele, cabe atitudes importantes para de fato evidenciar o processo de inclusão efetivamente.




Descrevo abaixo algumas relevantes:


Apóia os pais dos alunos especiais com informações relevantes dentro da sala de aula, ou ainda acerca de descobertas feitas a partir das especificidades de cada necessidade especial;

Não rejeita o aluno que apresenta necessidade especial, pelo contrário, acolhe, mostra aos demais que a diferença é feita de riqueza;


Acredita no potencial de aprendizagem do aluno especial, não deixa de respeitar o ritmo de cada um no decorrer dos estudos;


Busca estratégias escolares de sucesso que garantam a aprendizagem do aluno;


Organiza as aulas de forma que seja possível dedicar um tempo específico a quem apresenta necessidades especiais;


Mostra a todos os pais, em reuniões ou em situações informais, o quanto a turma toda ganha com a inclusão;


Não aceita manifestações preconceituosas;


Exige auxílio, estrutura, formação e informações da rede de ensino.



É isso aí, tudo muito simples. Só depende de você educador comprometido com a inclusão escolar, com o futuro do Brasil, com a qualidade de vida destas crianças, com o aprender de todos numa sociedade igualitária.

Linha do Tempo da Educação Infantil





* Por Nayara Barrocal





De forma simplificada, posto aqui, uma Linha do Tempo da Educação Infantil com a intenção de que cada um que a acesse possa refletir acerca da trajetória difícil que nós, educadores precisamos trilhar para conseguir todos os avenços que hoje destacamos.
É preciso valer, todas estas conquistas até para que estas, sejam sempre frequentes e enriquecedoras para todos que lutam por estas vitórias.
É muito bom sabe rque eu, que você faz parte destes avanços, desta trajetória de obstáculos, preconceitos e de descobertas que melhoram a cada dia a educação na primeira infância.




Histórico da Educação Infantil







  • Antes de 1500, a categoria criança não existia. A criança era vista como um adulto em miniatura, sem especificidas, nem vontades próprias, nem identidade. Elas acessavam a educação formal por meio de ensinamentos oferecidos por professores particulares, ou seja, apenas quem detinha poder e dinheiro garantiam a educação nesta época.




  • De 1500 a 1600, começou a ser entendida a importância de se conceber a infância como categoria social, porém ainda vista como o adulto pequeno.




  • A partir do século XVII, a criança passou a ser respeitada como tal, então timidamente, a sociedade como um todo passou a vê-la como um ser especial que possuía sentimentos, vontades, características próprias, necessidades com base em seu desenvolvimento físico e mental.




  • De 1701 a 1800, mais ou menos, foi criada a escola como um lugar de ordem para as crianças da elite. Ainda não se diferenciava os segmentos, era uma unidade que contemplava o ensino de forma global, igual.




  • No século XIX, surgiu o primeiro Jardim de Infância pelas mãos e ideias de Froebel, o pai do lúdico, que com sua determinação na educação e amor pelas crianças, foi considerado o iniciador destes com suas propostas através do brinquedo, o estudo da antureza e o trabalho manual.




  • No Brasil, em meados de 1800, foi crada em Slavador na Bahia, a primeira iniciativa de atendimento a meninos e meninas abandonados.




  • Em meados de 1900, a Educação Infantil passou a receber grande atenção de teóricos como Piaget, que contribuiu significamente dentre tantos temas, através dos Estágios do Desenvolvimento Infantil.




  • Em 1933, em Teresina, no Piauí, o primeiro Jardim de Infância oficial do Brasil surge, chamado Lélia Avelino.




  • Em 2011, agradecemos a todos aqueles que acreditaram na importância deste segmento para contemplar o objetivo principal da LDB: À Educação Infanil compete o desenvolvimento integral da criança.