sexta-feira, 29 de julho de 2011

JOGOS E BRINCADEIRAS NA EDUCAÇÃO INFANTIL


Os jogos e brincadeiras reservam lugar especial no dia a dia da Educação Infantil, já que os mesmos contribuem efetivamente no desenvolvimento integral da criança.
*Por Nayara Barrocal

Atualmente os jogos e a brincadeiras assumem lugar de destaque no contexto educativo infantil, deixando de ser relacionados à condição de prazer, liberdade ou relaxamento, quando as crianças eram estimuladas a vivenciá-los também ou apenas para “gastar energias”. Os mesmos possuem reconhecimento de toda comunidade escolar de que são imprescindíveis para que possamos estimular o desenvolvimento integral das crianças, atingindo este objetivo principal da Educação Infantil com base no artigo 29 da LDB.
Os jogos e as brincadeiras ganharam nova concepção quando o seu papel foi alterado na sala de aula de Educação Infantil e desta forma, estabeleceram uma relação mais ampla com a rotina deste segmento, no sentido de que o brincar por ser de natureza social, corresponde à necessidade que as crianças apresentam desde a mais tenra idade, de se comunicar e compartilhar de uma vida simbólica com os demais semelhantes.
Diante disso, independentemente da época, raça, cultura, classe social, enfim tudo que se queira considerar, o fato é que todas as crianças brincam e gostam muito de participar de brincadeiras e jogos com ou não intencionalidade do adulto. O brincar é uma atividade natural e social da criança, e antes de brincar com objetos a criança brinca consigo mesmo e com os outros, brinca de abrir e fechar os olhos, com as mãos e os pés, com seu corpo, descobrindo-se e comunicando-se.
A criança utiliza-se dos jogos e brincadeiras para explorar, descobrir, apreender a realidade e desta maneira obter fontes de autodescoberta, prazer e crescimento. Ela estabelece ainda a ligação entre o que possui dentro de si ( idéias, fantasias, desejos, sentimentos) e o que existe fora dela ( o cotidiano, fatos, coisas, outras pessoas).
Quando se envolve em jogos e brincadeiras, a criança se empenha para brincar da mesma forma que se esforça para aprender a andar, falar, comer. Durante o brincar, ela pode desenvolver algumas capacidades como: atenção, imitação, memória, imaginação, bem como também competências para a vida coletiva, social, através da interação e da utilização das experiências concretas na sua vida diária, através dos jogos de faz de conta, de brincadeiras com regras e de jogos com materiais de construção.
O valor das brincadeiras e dos jogos para o desenvolvimento pessoal da criança deve ser ressaltado, pois os mesmos contribuem para a vida social, bem como, são fatores preponderantes para aquisição de novos conhecimentos. Nesse sentido, a criança ao brincar, imita, imagina, recria, representa, comunica-se com as pessoas, assume papéis sociais, personagens, descobrindo-se e analisando o mundo a sua volta. Além de favorecer a auto-estima das crianças de forma criativa, auxiliando-a a compreender e interagir com o mundo em que vive, contribuindo para interiorização de determinados modelos no interior de grupos sociais diversos.
O brincar nesta perspectiva, é uma atividade sócio-cultural, originada nos valores, hábitos, normas de uma determinada comunidade ou grupo social. Apresenta-se esta característica à medida que as crianças brincam com aquilo que já sabem ou imaginam que sabem sobre as formas de relacionar-se, de viver em grupos, de interagir com o meio ambiente e os componentes de um determinado grupo social como a família, a escola ou a comunidade ao qual pertencem e outras realidades.
Para que as crianças sejam ativas e criativas no brincar, demonstrando interesses e necessidades, é imprescindível que haja riqueza e diversidades lúdicas no recinto escolar, dando as brincadeiras e os jogos valor educativo não apenas porque atualiza ou incorpora conhecimentos prévios infantis, mas, sobretudo por que permite sua generalização e conscientização através do desempenho de papéis, manipulação com a realidade que circunda, dando a elas uma vida social significativa e, acima de tudo, como agentes pensantes, atuantes e críticos, cidadãos imersos na sua sociedade. Nesse sentido, o seu agir e forma de pensar o mundo precisa ser respeitado, valorizado e aproveitado para que os educandos sejam capazes de gerir sua própria vida com autonomia e independência, características essenciais para um mundo globalizado.
E conceber uma educação direcionada à autonomia, significa considerar a criança como um ser capaz e competente para construir conhecimentos, dentro de suas possibilidades, interferirem no meio em que vivem. E as brincadeiras e jogos são elementos essenciais para que isto ocorra, pois favorecem a integração, conhecimentos, respeito, atitudes, resolução de conflitos, dando-as oportunidade, espaço para escolhas diversificadas e seguras no momento em que brincam em pequenos grupos, incentivando-as com desafios para que rompam seus conflitos internos e externos e atuem diretamente no meio em que vivem, através das suas vivências pessoais e sociais.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Para aperfeiçoar nossos fazeres, saberes compartilhe seus conhecimentos!